quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Para além das regras ditas sociais - Introdução:

(pois bem, é realmente assim que me sinto)
Ora, era só para avisar que este blog é dirigido àqueles em quem ainda deposito alguma esperança que possam vir a tornar-se melhores, ou seja, a gente muito inteligente, e só me vai perceber aquele que pensar que sou mesmo eu a dizer estas palavras, sou mesmo eu a defendê-las, sou mesmo eu a proferi-las, e que mais ninguém tem culpa destes meus actos (se é que é realmente possível dizer algo assim); só me vai entender aquele que aceitar que estou a dizer aquilo que literalmente estou a dizer: SOU EU! O BRANCO, A FALAR! PERCEBEM? EU ESTOU A DIZER MAL DE TODOS VOCÊS, DE TODOS NÓS! TEMOS TODOS UM POUCO DE MERDA EM NÓS (e por favor, não me venham perguntar se está tudo bem comigo, se ando triste, se se passou alguma coisa, se alguém me fez mal...a sério, não...por favor. Estou perfeitamente bem, como nunca antes estive).

«Porque a única diferença entre um suicídio e um martírio é mesmo a quantidade de cobertura jornalística» Chuck Palahniuk.


Para além das regras ditas sociais - INTRODUÇÃO:

O Jogo do Galo Reverso (em inglês: Reverse Tic Tac Toe):

        Há pouco tempo atrás, durante uma muito animada aula de filosofia, tive o prazer da proeza, em conjunto com um muito próximo amigo meu, meio vazio meio cheio, de criar o jogo do galo reverso - de criar um jogo onde as regras, as maneiras de jogar, são precisamente as inversas das do jogo do galo normal. Passo a explicar: no jogo do galo, a única forma de ganhar "é ganhar", ou melhor, fazendo três símbolos iguais em linha. No jogo do galo reverso, a única forma de não perder não ganhar", ou melhor, para não se perder tem que não se fazer três símbolos iguais em linha. Ora, para se dominar este jogo é preciso pensar fora das leis e regras do jogo do galo normal, não o podemos jogar da mesma forma. Cheguei mesmo à conclusão, e é precisamente isso que vou tentar defender nesta minha longa tese existencial, que nos é impossível, a nós que "jogamos o jogo do galo normal", pensar nas regras do jogo sem ser por comparação àquelas que, geralmente, são consideradas as suas regras normais. Na vida é assim: não conseguimos ver totalmente além das regras, das normas, porque para falarmos num "além das regras", teremos que falar num além das regras que agora, neste exacto momento, existem e nos constituem, pelas quais fomos e somos formatados a todo o momento - e com isto quero dizer: para falarmos em algo que seja para além das regras, teremos primeiro que falar nessas mesmas regras, por comparação a essas mesmas regras, essas mesmas regras que se nos aplicam ao mesmo tempo, regras essas pelas quais somos circunscritos inteiramente. Ou seja, para falarmos num mundo além regras, nunca conseguiremos sair completamente dessa esfera das regras, pois nunca vivemos numa outra esfera: tería que ser possível sermos completamente desformatados, ou pelo menos, repensarmos e questionarmos (duvidarmos de) todas as regrazinhas e normazinhas que nos são ditadas. Nunca vivemos numa outra esfera...mas podemos tentar!
        Então, dito tudo isto, como "pensar fora da caixa" se, no fundo, "estamos dentro da caixa"? Como o podemos fazer? É possível sequer? Não teríamos que "viver fora da caixa", pelo menos alguma vez na nossa vida? O problema surge agora: e se realmente "vivêssemos fora da caixa", quereríamos "continuar fora da caixa", isto é, isso seria satisfatório para nós? Seria uma boa forma de viver? Bem, esta, onde estamos neste momento, não o é de certeza, por isso, teremos que a pôr em causa, eventualmente, durante o percurso.


A continuação chegará na sua devida altura. Até lá, fiquem com o NADA que todos somos, e divirtam-se.

3 comentários:

  1. Escreve, escreve seu demente, sua moléstia da sociedade. =) Grande Abraço

    ***

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  2. É praticamente impossível viver fora dessa esfera em que nos encontramos. Tão simples como isto é a sociedade onde vivemos. Com normas, sejam elas de carácter religioso, política, educacional, etc..
    Quem tentar viver fora deste conceito é considerado "anormal". Um fora da lei, criminoso, seja o que for...
    Podemos desenvolver este assunto sem lhe por um fim :)

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  3. "Aquele que sobe às mais altas montanhas, ri-se de todo o teatro que é a vida" (F. Nietzsche)

    "Apenas aquele que sobe às mais altas montanhas, tem consciência de que o seu lugar é no palco."
    (Daemon Ex Machina)

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